Rádio Lusitana Um aluno luxemburguês de 15 anos tem menos conhecimentos do que os seus colegas da UE
Escrito por Ruben em 31 de maio, 2023
Bruxelas considera que o sistema de ensino não fornece aos alunos as competências básicas para obterem um emprego no país.
A percentagem de jovens entre os 18 e os 24 anos que abandonam a escola sem concluir o ensino secundário aumentou de 6,3% em 2018 para 8,2% em 2022. © foto: google
Há alguns dias, Bruxelas avisou o Grão-Ducado: é o país da UE onde os filhos de imigrantes e as classes sociais desfavorecidas são mais discriminados e, se o Governo não mudar o sistema educativo nos próximos meses, a Comissão Europeia poderá mesmo fechar a torneira.
Para além da discriminação social interna, o Luxemburgo não tem uma imagem muito lisonjeira em comparação com outros países. Globalmente, o nível de aquisição de competências é também inferior, em média, ao dos outros países da UE.
Segundo o relatório sobre o Luxemburgo, "o nível médio de conhecimentos e competências de um aluno de 15 anos, de acordo com o Programa de Avaliação Internacional de Alunos da OCDE, é muito inferior à média da UE".
Como resultado desta situação precária no sistema educativo luxemburguês, a percentagem de jovens entre os 18 e os 24 anos que abandonam o ensino sem concluir o ensino secundário aumentou de 6,3% em 2018 para 8,2% em 2022. Isto significa que, em quatro anos, quase 2% mais estudantes terão abandonado o ensino.
Para além desta falta de preparação básica, o documento de recomendações específicas por país publicado na quarta-feira refere que, no Luxemburgo, "o sistema educativo não fornece aos estudantes as competências básicas necessárias para satisfazer as necessidades de emprego do país". Por outras palavras, existe um mercado de trabalho com vagas por preencher, enquanto, por outro lado, há adultos que não têm as competências necessárias para encontrar um emprego.
Começar a estudar francês
Uma referência positiva no documento é o projecto piloto lançado pelo Luxemburgo em 2022 em quatro escolas primárias, onde os alunos começaram a ler primeiro em francês e depois em alemão. A Comissão sugere: "Se aplicada num maior número de escolas, esta abordagem poderia contribuir para melhorar os resultados dos alunos cuja língua materna não é o francês".
O número de escolas internacionais no país também aumentou. No ano letivo de 2022/2023, 4% dos alunos dos ciclos pré-primário e primário frequentavam estas escolas, onde podem escolher entre o inglês, o francês ou o alemão como língua de ensino. "Se esta opção de ensino através de uma das línguas principais fosse alargada a uma maior proporção da população escolar, poderia aumentar substancialmente as hipóteses de alcançar melhores resultados", considera a Comissão.
